Como emitir nota fiscal de consulta médica pela PJ

Se você possui uma empresa médica (PJ) e atende pacientes particulares, precisa dominar como emitir nota fiscal de consulta médica corretamente. Isso vai muito além de uma obrigação legal: é coerência com a ética médica que você pratica todos os dias.

📌 Afinal, não faz sentido criticar o charlatanismo ou práticas duvidosas se, na hora de emitir nota fiscal, você busca “dar um jeitinho” para agradar o paciente ou o plano.

Emitir nota fiscal corretamente fortalece sua credibilidade, protege seus direitos e reforça a confiança do paciente.


Emitir nota fiscal de consulta médica é obrigatório

A nota fiscal não é um bônus ou um agrado — ela faz parte do cuidado profissional.
Ela comprova que seu consultório atua com responsabilidade, transparência e dentro da legalidade.

Além disso, emitir nota fiscal é obrigatório sempre que há pagamento por um serviço, inclusive em consultas particulares realizadas por pessoa jurídica.


Como emitir nota fiscal médica da forma correta?

Se você atua como PJ médica — geralmente uma Sociedade Simples Ltda ou Unipessoal — deve emitir a nota fiscal pelo sistema da prefeitura onde a empresa está registrada.
Veja a seguir os principais pontos para garantir que tudo seja feito corretamente:

Emitir em nome do paciente ou do pagador?
📌 Sempre que possível, emita a nota no nome do paciente atendido.
Caso ele seja menor de idade, use o nome do responsável legal.
Se o pagador for outra pessoa (como pai ou cônjuge), até é permitido emitir no nome dela. No entanto, isso pode gerar dificuldades no reembolso ou na dedução do imposto de renda. Por isso, o mais indicado é sempre usar o nome do paciente.

Qual data usar: da consulta ou do pagamento?
📌 A data da nota deve sempre corresponder à data do atendimento.
Mesmo que o pagamento ocorra antes ou depois, o correto é usar o dia em que o serviço foi prestado.

O que escrever na descrição da nota?
Evite generalizações como “serviço médico” ou “honorários”.
Em vez disso, utilize descrições claras e específicas, como:
📌 “Consulta médica particular em psiquiatria – presencial”
📌 “Consulta médica de seguimento – telemedicina”

Qual o CNAE mais adequado para médicos?
O código CNAE ideal para esse tipo de serviço é:
📌 8630-5/03 – Atividade médica ambulatorial restrita a consultas.
Esse é o mais utilizado por clínicas e consultórios que realizam consultas sem procedimentos invasivos.

E quando o paciente faz “pedidos” fora do padrão?

Em atendimentos particulares, é comum que alguns pacientes façam solicitações que fogem ao protocolo. Nesses casos, manter a postura profissional é essencial. Veja como responder com firmeza e ética:

“Pode colocar a nota da consulta no nome do meu pai?”

📌 Só emita a nota em nome do pai se ele for o responsável legal do paciente — como nos casos de menores de idade. Para fins de reembolso ou dedução no imposto de renda, o nome do paciente atendido deve constar na nota sempre que possível.

“Pode dividir em duas notas pro plano reembolsar melhor?”

📌 Recuse esse pedido. Emitir duas notas para o mesmo atendimento configura fraude. Para se proteger legalmente e eticamente, registre cada consulta com apenas uma nota fiscal — como manda a lei.

“Pode colocar outra data na nota, senão o plano não autoriza?”

📌 Nunca altere a data real do atendimento. A nota precisa refletir o dia em que você prestou o serviço. Alterar esse dado pode gerar sérias implicações fiscais.

“A consulta foi ano passado, mas só pedi a nota agora. Pode emitir?”

📌 Só emita a nota com a data da consulta, mesmo se o paciente pedir depois. A maioria das prefeituras não permite notas retroativas. Em caso de dúvida, consulte seu contador para seguir corretamente.

Por que tantos médicos sentem receio ao emitir nota fiscal corretamente?

Porque muitos ainda enxergam isso como uma “formalidade” ou como algo negociável.
Mas não é.

Emitir nota fiscal da forma correta é parte do posicionamento que sustenta sua autoridade e sua segurança jurídica.

📌 Quem quer viver de consultório com tranquilidade, precisa alinhar a ética clínica com a ética fiscal.


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Bruna Campos

Médica psiquiatra pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com mais de 10 anos de experiência em consultório particular.
Formação em Gestão de Clínicas e Consultórios pelo Instituto Israelita de Ensino do Hospital Albert Einstein.
Criadora da Formação Viver de Consultório, pela qual já passaram mais de 200 médicos que hoje vivem do próprio consultório, com mais liberdade e estrutura.
Ensina o que vive — e vive do que ensina.

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